História da Ditadura
A imprensa e o golpe civil-militar no Ceará
Atualizado: 29 de abr. de 2021
Dissertação: Os jornais em marcha e as marchas da vitória nos jornais: a imprensa e o golpe civil-militar no Ceará (1961-1964)
Autor: Jucélio Regis da Costa (Lattes | Dissertação)
Orientadora: Ana Rita Fonteles Duarte
Instituição: Universidade Federal do Ceará, 2015
1. Qual a questão central da sua pesquisa?
As motivações e as formas de colaboração mobilizadas pelas elites políticas e a imprensa cearenses na construção do golpe de 1964 no estado do Ceará.
2. Resumo da pesquisa
O trabalho tem como principal objetivo analisar as mobilizações das elites políticas cearenses no estado, através dos jornais, em torno dos acontecimentos que ficaram marcados pelo embate político-ideológico entre as direitas e as esquerdas brasileiras levando ao isolamento do governo João Goulart e que, posteriormente, culminaram com o golpe civil militar de 1964. No trabalho, compreendemos a imprensa não apenas como lugar de expressão de opiniões e posicionamentos, mas, sobretudo, como produtora de acontecimentos e atribuições de sentidos. Deste modo, nosso olhar esteve direcionado para analisar a construção e a repercussão dos acontecimentos que estiveram situados entre a renúncia de Jânio Quadros e as mobilizações em oposição ao presidente João Goulart e que, de modo bastante tenso, culminaram no golpe civil-militar de 31 de março de 1964. Assim, preocupamo-nos em compreender o modo como a imprensa cearense esteve marchando em direção ao golpe, tornando-se um espaço de embate e conflito entre as direitas e as esquerdas e de legitimidade para o movimento golpista. No Ceará, os principais acontecimentos políticos da conjuntura nacional causaram desdobramentos fundamentais para que os grupos políticos locais se reorganizassem e passassem a defender o projeto de conspiração golpista contra João Goulart. Deste modo, buscamos compreender a forma como os grupos políticos se reorganizaram durante os primeiros meses após a concretização do golpe de 1964, especialmente quando esses organizaram as “Marchas da Vitória”, manifestações ocorridas entre os meses de abril e maio, visando comemorar a vitória do golpe. Além disso, analisamos o modo como a imprensa cearense exerceu o papel de mobilização e reconfiguração das alianças políticas imediatamente após a intervenção militar.
3. Quais foram suas principais conclusões?
O trabalho possibilita refletir e compreender como uma parte da imprensa cearense tornou-se responsável por orientar as principais elites do estado, conduzindo-as a tomarem medidas e posicionamentos favoráveis aos acontecimentos principais da conjuntura política brasileira (1961-1964) como, por exemplo, a renúncia de Jânio Quadros, a posse de João Goulart, a campanha pela Legalidade, as eleições de 1962, o plebiscito do presidencialismo, as reformas de bases e as Marchas da Família com Deus pela Liberdade, levando-as a dialogarem com a realidade e aguardando, em boa medida, com bastante apreensão os seus desdobramentos. O aspecto da apreensão e medo do que há por vir não foi um elemento presente apenas nos primeiros dias e meses após o golpe civil-militar de 1964, mas fizeram parte dessa conjuntura política brasileira. Os jornais foram fundamentais na construção desses acontecimentos, atribuindo sentidos conforme seu universo simbólico, que estava em sintonia com as demais lideranças em articulação antes e depois da consumação do golpe civil-militar de 1964.
4. Referências
Maurilio Dantielly Calonga. O jornal e suas representações: objeto ou fonte da história? Comunicação & Mercado UNIGRAN, Dourados – MS, v. 1, n. 2 – edição especial, p. 79- 87, nov. 2012.
Janaina Martins Cordeiro. Direitas em movimento: a campanha da mulher pela democracia e a ditadura no Brasil. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2009.
Janaina Martins Cordeiro; Isabel Cristina Leite; Omar da Silveira e Daniel Aarão Reis (Org.). À sombra das ditaduras: Brasil e América Latina. Rio de Janeiro: Mauad X, 2014.
François Dosse. Renascimento do acontecimento: um desafio para o historiador – entre Esfinge e Fênix. São Paulo: Unesp, 2013.
Rodrigo Patto Sá Motta. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964). São Paulo: Perspectiva, 2002.
Jucélio Regis da Costa é graduado em História pela UECE (2010), mestre em História pela UFC (2015). Tem atuado profissionalmente na Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM), campus da UECE, na cidade de Limoeiro do Norte, no setor Metodologias de Ensino de História e Geografia, História da Educação Geral e Brasileira; Legislação e Organização da Educação Brasileira. Atuou como professor formador e tutor no Curso de História na modalidade EaD, pela UECE. Atualmente leciona no setor de ensino de História e Geografia, em Iguatu-CE, na FECLI/UECE.
Caso queira divulgar sua pesquisa sobre temas relacionados às ditaduras latino-americanas do século XX ou sobre questões do Brasil contemporâneo, não necessariamente na área de História, escreva para o email: hd@historiadaditadura.com.br
Crédito da imagem destacada: Castelo Branco assiste desfile em 07/09/1965. Arquivo Nacional, Correio da Manhã, PH FOT 02033.076.
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