O papel de Wilson Choeri na UERJ (1960-1970)
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O papel de Wilson Choeri na UERJ (1960-1970)

Atualizado: 29 de abr. de 2021

 

Dissertação: Tempo de reforma, tempo de repressão: a trajetória de Wilson Choeri na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Autor: Leonardo Faria Cazes

Orientadora: Samantha Viz Quadrat

Instituição: Universidade Federal Fluminense, 2017

1. Qual a questão central da sua pesquisa?

A reorganização vivida pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no contexto da reforma universitária de 1968, e o modo de atuação da aparato repressivo da ditadura civil-militar brasileira na instituição nas décadas de 1960 e 1970.

2. Resumo da pesquisa

Tendo como fio condutor a trajetória do professor Wilson Choeri, a dissertação procurou descrever e analisar as transformações pelas quais passou a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) nas décadas de 1960 e 1970, no contexto da reforma universitária de 1968. O grande marco dessa reestruturação foi a construção do campus do Maracanã, coordenada por Choeri. Também foi analisada a atuação do aparato repressivo da ditadura civil-militar na universidade, a partir do papel desempenhado por Choeri na interlocução com esses órgãos. Para compreender o que tornou possível a atuação do professor na universidade, foi analisada a rede de sociabilidade intelectual em que ele se inseriu a partir da década de 1930 e que permitiu sua ascensão na burocracia universitária, onde ocupou, a partir de 1962, diversas posições de poder até chegar ao cargo de vice-reitor em 1976.

3. Quais foram suas principais conclusões?

Em primeiro lugar, as discussões sobre a reforma universitária na UERJ começaram antes mesmo do golpe de 1964. Desde o início da década de 1960, comissões foram montadas e relatórios produzidos sobre o assunto. Chama atenção, entretanto, o alinhamento entre os debates internos e o projeto levado a cabo durante a ditadura. Na UERJ, a reforma significou uma forte centralização administrativa e pedagógica e a criação de uma sofisticada burocracia interna. Em relação à repressão, a UERJ ocupou um lugar particular: por não ser federal, não tinha uma Assessoria de Segurança e Informação (ASI) funcionando internamente. Isso deu uma margem maior de atuação para os professores na relação com os órgãos da polícia política, em particular Choeri.

4. Referências

Rodrigo Patto Sá Motta. As universidades e o regime militar. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

Luiz Antônio Cunha. A universidade reformanda. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

Deise Mancebo. Da gênese aos compromissos: uma história da UERJ. Rio de Janeiro: EdUerj, 1996.

Leonardo Faria Cazes é formado em Jornalismo pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ) e mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Desde 2009 trabalha no jornal O Globo, onde já passou pela Revista Megazine, pelo suplemento literário Prosa & Verso e pelas editorias de educação e cultura. Atualmente, é editor-assistente de Radar, Checagem e Jornalismo de Dados.

Caso queira divulgar sua pesquisa sobre temas relacionados às ditaduras latino-americanas do século XX ou sobre questões do Brasil contemporâneo, não necessariamente na área de História, escreva para o email: hd@historiadaditadura.com.br

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