A luta feminina contra a ditadura no interior de São Paulo
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A luta feminina contra a ditadura no interior de São Paulo

Atualizado: 29 de abr. de 2021

 

Dissertação: Áurea Moretti: A mulher, a resistência e a tortura

Autor: Pedro Fernandes Russo (Lattes | Dissertação)

Orientadora: Márcia Pereira da Silva

Instituição: Universidade Estadual Paulista (Franca), 2015

1. Qual a questão central da sua pesquisa?

A participação feminina na resistência à ditadura civil-militar brasileira, a partir da vida da ex-militante das Forças Armadas de Libertação Nacional, Áurea Moretti Pires.

2. Resumo da pesquisa

A presente pesquisa pretende compreender a participação e o cotidiano femininos dentro da resistência à ditadura militar brasileira (1964-85). Para tanto, analisa-se a vida da ex-presa e militante política, Áurea Moretti Pires. Áurea foi uma das líderes das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), movimento da região de Ribeirão Preto (SP), que era contrário à ditadura e que foi desmembrado em outubro de 1969. Na companhia de Vanderley Caixe, Mario Bugliani, Mario Lorenzato, dentre outros, organizaram-se manifestações políticas e, também, editou-se um jornal denominado O Berro.

Tendo em vista que estudos sobre o cotidiano feminino na resistência armada à ditadura foram pouco divulgados, pretende-se analisar, a partir dos relatos de Áurea, como era sua vida semi-clandestina, quais as dificuldades encontradas no treinamento de guerrilheiros, como as torturas físicas e psicológicas desferidas pelos agentes do Estado foram enfrentadas por ela, como decorreu o processo que a condenou a seis anos de prisão, dos quais cumpriu três anos e meio em regime fechado e mais um ano em semi-aberto, bem como suas experiências enquanto prisioneira política. O período escolhido (1965-1975) remete-se à entrada de Áurea para a luta armada, à sua prisão em 1969 – quando foi torturada, à sua condução para a Operação Bandeirantes (Oban) e, por fim, ao período em que foi julgada e condenada a cumprir pena de prisão. Entretanto, a fim de compreender melhor a formação da personagem, analisamos também suas experiências antes e depois do recorte temporal proposto.

3. Quais foram suas principais conclusões?

Ao buscar compreender como se deu a participação feminina na luta contra a ditadura, focando na atuação de Áurea Moretti Pires, a pesquisa nos permitiu observar a influência da questão de gênero na vida das militantes, seja na organização e na resistência à ditadura, seja ao enfrentar a repressão.

Maria Cecília de Oliveira Adão. Militância feminina: contradições e particularidades (1964-1974). Dissertação apresentada ao curso de pós-graduação da Faculdade de História, Direito e Serviço Social da Unesp, 2002.

Alessandra Bagatim. Personagens, trajetórias e histórias das Forças Armadas de Libertação Nacional. 2006. 143 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.

Pierre Bourdieu. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.

Alipio Freire; Izaías Almada; J. A. de Granville Ponce. Tiradentes, um presídio da ditadura: memórias de presos políticos. São Paulo: Scipione Cultural, 1997.

Elizabeth Jelin. Los trabajos de la memoria. Madrid: Siglo Veintiuno, 2002.

Pedro Russo é doutorando em História da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde estuda a temática dos mortos e desaparecidos políticos do período da ditadura militar brasileira (1964-85). Possui graduação e mestrado em História, o último com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus Franca. Coordena, junto com Paulo César Gomes, o Grupo de Estudos História da Ditadura (GEHD), vinculado ao Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC/UFF). Atua na área de direitos humanos desde 2011. Além disso, desenvolveu diversos trabalhos na área de produção cinematográfica, atuando na produção dos filmes Memórias da Resistência (2014), Procura-se Irenice (2016) e Cidade dos Abismos (em fase de montagem), e como diretor do curta-metragem Lauri e a Subversão (2018). É colaborador do site História da Ditadura.

Caso queira divulgar sua pesquisa sobre temas relacionados às ditaduras latino-americanas do século XX ou sobre questões do Brasil contemporâneo, não necessariamente na área de História, escreva para o email: hd@historiadaditadura.com.br

 

Crédito da imagem destacada: Projeto Memórias da Resistência. Fotógrafo: Marcos Limonti.

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