Entre a história e o cinema: o legado documental de Silvio Tendler
- Wallace Andrioli
- há 3 dias
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Na maior parte do tempo, o cinema documentário brasileiro padece do mal da provisoriedade. Muitos cineastas começam no formato, mas logo migram para a ficção, seu verdadeiro foco de interesse ou o campo em que são mais reconhecidos como artistas.

A morte de Silvio Tendler e as consequentes celebrações de sua carreira nos lembram que é possível um diretor forjar a identidade estilística por meio do documentário. Tendler, como Eduardo Coutinho, Vladimir Carvalho e João Moreira Salles, são, antes de tudo, realizadores de filmes documentais (ainda que o primeiro tenha começado, muito jovem, na ficção).
Seus filmes não são obras-primas, mas Jango (1984) e Utopia e Barbárie (2010) conseguiram extrair força dramática e certa poesia do turbilhão de imagens de arquivo e depoimentos que reúnem. O primeiro, aliás, pelo qual o diretor é e será mais lembrado (com justiça), também se tornou uma importante peça de rememoração da figura do ex-presidente como um herói nacional trágico, ao mesmo tempo que compôs o cenário de múltiplas vozes de protesto que clamavam por democracia no icônico ano das Diretas Já! E o mais importante: é grande cinema.
Como citar este artigo:
ANDRIOLI, Wallace. O que há de crítica na “crítica ao identitarismo”?. História da Ditadura, 8 set. 2025. Disponível em: https://www.historiadaditadura.com.br/post/entre-a-historia-e-o-cinema-o-legado-documental-de-silvio-tendler. Acesso em: [inserir data].
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