top of page
  • Foto do escritorHistória da Ditadura

As esquerdas radicais no Brasil e no Chile

Atualizado: 30 de abr. de 2021


 

Tese: As esquerdas radicais no Brasil e no Chile: pensamento político, história e memória nos anos de 1960 e 1970


Autora: Nashla Dahás (Lattes)


Orientadora: Maria Paula Araújo


Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015

1. Qual a questão central da sua pesquisa?

Verificar e compreender a originalidade e a radicalidade do pensamento político revolucionário no Brasil e no Chile dos anos de 1960 e 70, assim como suas potencialidades reflexivas nos campos da história e da memória..

2. Resumo da pesquisa

O tema central do trabalho é o pensamento político revolucionário na América Latina durante os anos de 1960 e 1970. Especificamente, tratamos da história e da memória da Organização Revolucionária Marxista Politica Operária (ORM-Polop), criada oficialmente no Brasil em janeiro 1961 durante período de instabilidade política, e do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), criado no Chile cerca de quatro anos depois, durante o governo Democrata Cristão de Eduardo Frei Montalva. A análise é deflagrada a partir de um conjunto documental que inclui os textos político-partidários, a produção intelectual da militância, bibliografia sobre as organizações, e obras de natureza testemunhal, com destaque para os acervos digitalizados pelo Centro de Estudos Victor Meyer, no caso da Polop, e pelo Centro de Estudos Miguel Enríquez, no caso do MIR. Levando em consideração o contexto político e social em que atuaram até a interrupção promovida pelos golpes militares nos dois países, assim como as respectivas tradições do pensamento de esquerda, a análise discute aspectos como a originalidade da interpretação nacional e latino-americana defendida por Polop e MIR, o ideário da revolução socialista no continente e o debate sobre a luta armada. Por fim, apontamos algumas especificidades dos caminhos trilhados pela memória radical das duas organizações.

3. Quais foram suas conclusões?

Os golpes cvil-militares no Brasil e no Chile interromperam tanto o fluxo de ideias que dividiu aquelas esquerdas, quanto a trajetória acadêmica e política de seus intelectuais e militantes. Em grande medida, a violência dessa interrupção também dificultou e dificulta ainda hoje a discussão sobre as memórias revolucionárias. Tanto no que diz respeito à Polop quanto ao MIR, a responsabilização “oficial” pelo golpe, construída no período da transição para a democracia, e a violência de Estado durante as ditaduras tem sido temas que dividem opiniões acadêmicas e sociais, como buscamos demonstrar ao longo dos capítulos da tese.

No último, à guisa de conclusão, colocamos em perspectiva algumas semelhanças e diferenças entre as ideias defendidas pela Polop e pelo MIR, procurando entender o impacto de cada uma em sua própria sociedade. Partimos da própria ideia de esquerda radical ou revolucionária, que aparece no Brasil e no Chile na mesma década, adquire contornos próprios em circunstâncias políticas e sociais que, por sua vez, também possuem semelhanças e diferenças entre si e em relação ao continente.

Sem dúvida, a pesquisa aponta para um universo de questões que ainda estão por ser investigadas, de maneira que temos mais considerações, dúvidas e suspeitas do que respostas e conclusões.

4. Referências 

Pilar Calveiro. Política y/o violencia. Una aproximación a la guerrilla de los años setenta. Buenos Aires, Siglo XXI Editores, 2013.

Rodrigo Patto Sá Motta (Org.). Ditaduras militares. Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Belo Horizonte: UFMG, 2015.

Paul Ricoeur. A memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.

Gabriel Salazar Vergara. Dolencias históricas de la memoria ciudadana. (Chile, 1810-2010). 1º ed. Santiago de Chile: Universitaria, 2013.

Nashla Dahás é pós-doutoranda e professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (PPGH-UDESC), sob a supervisão da professora doutora e atual coordenadora do referido Programa Mariana Joffily. O estágio pós-doutoral está inserido no PNPD e conta com financiamento da CAPES. Atualmente (2018.2), ministra a disciplina História Oral, memória e tempo presente. Histórico de titulação: Graduada (2007) em história pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pós-graduada (2008) em História do Brasil pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestra em História Política (2010) pela UERJ, e doutora em História Social (2015) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi professora substituta no Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) entre 2016 e 2017, e pesquisadora da Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN) entre 2011 e 2015.

Caso queira divulgar sua pesquisa sobre temas relacionados às ditaduras latino-americanas do século XX ou sobre questões do Brasil contemporâneo, não necessariamente na área de História, escreva para o email: hd@historiadaditadura.com.br

 

Crédito da imagem destacada:

Mural en la ribera sur del río Mapocho que conmemora los 50 años del Movimiento de Izquierda Revolucionaria (Chile).

Wikimedia Commons

14 visualizações

Posts recentes

Ver tudo

Commenti


bottom of page