A biblioteca de... João Roberto Martins Filho

A partir de entrevistas curtas, a série “A biblioteca de...” é um convite para nossos leitores conhecerem mais o universo de nomes importantes da historiografia. Aquele ou aquela que nos inspira pode indicar caminhos de leitura fundamentais para o nosso aprendizado. Por isso, conhecer o que essas referências leem é mais do que uma simples curiosidade: é, antes de tudo, um modo de descobrir novos horizontes de saber.

O convidado desta edição é o cientista social João Roberto Martins Filho. Professor Titular Sênior do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Bacharel em Ciências Sociais pela Unicamp (1976), onde também concluiu o Mestrado em Ciência Política (1986) e o Doutorado em Ciências Sociais (1993). Coordenou, de 1996 a 2016, o Arquivo de Política Militar Ana Lagôa da UFSCar. Autor de Movimento estudantil e ditadura militar (1987), O palácio e a caserna (1995, 2a edição 2019), A Marinha brasileira na era dos encouraçados, 1895-1910 (2010) e Segredos de Estado: o governo britânico e a tortura no Brasil (2018, 2a edição 2020). Organizou várias coletâneas. Foi presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (2006-2008). Pesquisador visitante na Universidade da California, Los Angeles (1997), no Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford (outubro de 2006 a março 2007), na Faculdade de Artes e Ciências Sociais da Universidade de Waikato, Nova Zelândia (fevereiro-março de 2009) e no Latin American Center da Universidade de Oxford (janeiro-fevereiro de 2013). Ocupou a cátedra Rio Branco em Relações Internacionais, patrocinada pela Capes e pelo Itamaraty, no King´s College, Londres (2014) e, por duas vezes, a Cátedra Rui Barbosa de Estudos Brasileiros na Universidade de Leiden, Holanda (2015 e 2018).

Que livro você recomenda para quem está iniciando na área de História?

O príncipe, de Maquiavel.

Qual foi o livro que você mais gostou de escrever?

O governo britânico e a tortura no Brasil.

Que livro que você escreveu teve maior repercussão e crítica? A que atribui isso?

Movimento estudantil e ditadura militar, 1964-1968. Publicado em 1987, logo depois do fim da ditadura, tratava de um tema pouco estudado e que provocava grande interesse. Mereceu resenhas em várias revistas de circulação nacional. Esgotou a edição de 2000 exemplares.

Qual livro de História do Brasil é obrigatório ter na estante?

Brasil nunca mais.

Em sua biblioteca, tirando suas próprias obras, qual autor(a) está mais presente?

Maquiavel.

Qual foi o último livro que você leu e que lhe marcou?

O Exército na consolidação do Império: um estudo sobre a política militar conservadora (1831-1850) de Adriana Barreto de Souza.

Qual o seu livro preferido fora da área de História?

O espírito das leis, de Montesquieu.

Qual tema você pretende abordar no seu próximo livro?

Não sei se haverá um próximo livro.