A ditadura empresarial-militar e o IPES
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A ditadura empresarial-militar e o IPES

Atualizado: 29 de abr. de 2021

 

Tese: O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e a ditadura empresarial-militar: os casos das empresas estatais federais e das indústrias farmacêuticas

Autora: Elaine de Almeida Bortone

Orientador: Renato Luis do Couto Neto e Lemos

Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018

1.Qual a questão central da sua pesquisa? O envolvimento dos empresários multinacionais, por meio do IPES, no golpe e na ditadura empresarial-militar e as suas presenças no governo Castello Branco. 2. Resumo da pesquisa Este trabalho apresenta uma pesquisa sobre o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES). Entidade fundada, em 1961, por empresários nacionais e internacionais, tecnocratas de alto escalão e por militares da alta patente, em especial oficiais da Escola Superior de Guerra (ESG), com o apoio financeiro das empresas associadas e do governo norte-americano, para integrar os diversos grupos civis e militares em uma oposição que pudesse deter o governo de João Belchior Marques Goulart (1961-1964) e as forças sociais que o apoiavam. Após o golpe de 1964, ipesianos ocuparam os cargos mais importantes no Estado. A pesquisa analisa a presença política de associados e parceiros do IPES e sua área de influência em instâncias importantes do Estado brasileiro após o golpe. Trata-se das empresas estatais federais existentes no primeiro governo ditatorial, as quais tinham ipesianos nas suas direções determinando o rumo das empresas dentro dos interesses de sua classe. Entre as empresas associadas, se encontravam indústrias farmacêuticas, nacionais e estrangeiras, e empresários do setor que financiaram e se articularam no instituto. Na ditadura, mais precisamente no governo de Humberto de Alencar Castello Branco (1964-1967), eles trabalharam e exerceram pressão na formulação de políticas públicas para salvaguardarem seus interesses econômicos e políticos. O recorte temporal compreende o período entre 1961 e 1967 e justifica-se por ter sido uma época marcada pela fundação do IPES e o término do governo Castello Branco. Desta forma, este estudo se propõe a compreender as articulações da classe empresarial no início dos anos 1960 e o seu projeto econômico e político que deram origem à ditadura empresarial-militar.

3. Quais foram suas conclusões? Como golpe foi instaurada uma ditadura empresarial-militar. No governo Castello Branco (1964-1967), associados, parceiros e membros do IPES, que eram empresários, tecnoempresários e executivos, ocuparam cargos importantes da administração e determinaram o rumo do Estado brasileiro na direção dos interesses externos. As políticas públicas do governo beneficiaram as indústrias farmacêuticas, sobretudo as estrangeiras, e colocou o empresariado nacional em situação de inferioridade em relação a seu concorrente estrangeiro instalado no Brasil. Portanto, estabeleceu-se a hegemonia política do capital multinacional e associado. O poder econômico determinou o rumo do Estado.

4. Referências René Dreifuss. 1964 A conquista do Estado. Ação política, poder e golpe de classe. Petrópolis (RJ): Vozes, 2006. ___________. A internacional capitalista. Estratégias e táticas do empresariado transnacional 1918-1986. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1986.

Elaine de Almeida Bortone é graduada em Psicologia e em História. Tem mestrado em Administração Pública pelo Programa de Pós-graduação de Administração da Universidade Federal Fluminense (PPGAd) e doutorado em História Social pelo Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHIS-UFRJ). É coautora do livro infatojuvenil Brasil: ditadura-militar. Um livro para os que nasceram bem depois….

Caso queira divulgar sua pesquisa sobre temas relacionados às ditaduras latino-americanas do século XX ou sobre questões do Brasil contemporâneo, não necessariamente na área de História, escreva para o email: hd@historiadaditadura.com.br

 

Crédito da imagem destacada: Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, um dos principais articuladores do golpe que derrubou o presidente João Goulart. Rio de Janeiro, abril, 1964. Arquivo Nacional, Agência Nacional, EH COC P 8370.01

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